Meretriz
Não, eu não a quero só por amante.
Quero mais, mas esta ficando fútil,
Covarde, vendida, e eu quase inútil
Nesta vida amarga de viajante.
Quando nos casamos era mais que fel,
Era tudo, plástica, carnívora,
Sedenta, santa, cruel, fé, víbora,
Eu colmeia, e você, você mais que mel.
Agora, palavra, tornou-se rua,
De uso e fruto que todos comeram,
E eu engasgado e os ventos se foram.
Não foi por sua culpa, não tão só sua.
Porque a expus em versos da noite,
Se o que mereço não é mais que um açoite?