MILAGRE DO PAI

Meu coração chora e range de tão seco

Na estiagem, do amor que nunca vem

À espera angustiosa de alguém

Em qualquer rua, praça, ou beco

Olho o céu numa oração inconfidente

Renego a vida atormentada, que pecado!?

Certamente meu destino de nunca ser amado

É pra não manchar o afeto que ela sente

Então eu devo me esforçar para florir

Devo tudo fazer para encantar

Devo a dor transformar em um sorrir

Somente o Pai faz em mim um tal milagre

De a tantas ser capaz de tanto amar

E por isso ter um vinho recebido por vinagre.