O abismo do navegante
Oh musa do sol escaldante, onde o charque, o rio, o mar
Coexistiram ao transpirar do cearense a retirar
Qual retirante o seu sustento que tem a dar
De alimento pros seus lares avivar...
Quero ver o sol a chorar a chuva que desce do céu,
Com uma canção dos anjos em coro a chorar
Os anos que passaram e os que hão de passar,
Numa festa de amantes, o poeta, a inspirar...
Que mar não tem sereias a afogar os navegantes?
Qual nave de capitão-pirata não percorreu os mares,
Alcançando os abismos dos quatro cantos do mundo?
Como posso sentir o mundo tal qual sentia antes,
Se Cronos destrói todos os mitos e ameaça meus ares
De herói com o chapeleiro maluco e seu chá propondo?