OBSESSÃO ASSASSINA
A parvoíce dum comerciante
Chegava até aos olhos quase cegos,
E quando relatava os seus empregos,
Ele sustinha o olhar desesperante.
De morrer tinha um medo sufocante,
E na loja escondia sempre os pregos,
Que lhe lembravam os malditos gregos
Expostos num silêncio protestante.
O pesado passado não passava
Nunca dentro da sua horrenda pele,
Pois não se libertava da alma escrava
Do diabo nascido dentro dele,
Já que os remorsos eram tão tortuosos
Quanto os desejos dele criminosos.