OBSESSÃO ASSASSINA

A parvoíce dum comerciante

Chegava até aos olhos quase cegos,

E quando relatava os seus empregos,

Ele sustinha o olhar desesperante.

De morrer tinha um medo sufocante,

E na loja escondia sempre os pregos,

Que lhe lembravam os malditos gregos

Expostos num silêncio protestante.

O pesado passado não passava

Nunca dentro da sua horrenda pele,

Pois não se libertava da alma escrava

Do diabo nascido dentro dele,

Já que os remorsos eram tão tortuosos

Quanto os desejos dele criminosos.

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 23/03/2015
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