Soneto da Tristeza Infinita
Um brinde, a dor que rechaça,
A alma, o espírito, a nossa insensatez!
O último gole desta vil cachaça,
Para celebrar essa minha embriaguez!
Quando alto a lua se levanta,
Beijo a fronte daquilo que eu venero,
A dor de existir que é tanta,
Que nesta desgraça assim me esmero
Enfim o que me resta senão,
Em sonhar com a minha lápide tão fria
Imaginando fechar-se o caixão
Observando murchar-me a melancolia
Mas eu já não teria tanta sorte,
Em reverenciar a própria morte.