DESNUDADA

DESNUDADA

Mas como pude ser tão infeliz?!

Quando se ama e não diz! E quando não...

Enfim, nada: olhos, boca ou coração

Neguei de mim àquele que me quis.

E foi por medo d’eu não ser feliz

Que, só e infelizmente, à escuridão

Confesso, precavida, essa paixão

Culpar-me justo pelo que não fiz.

O beijo ficou preso à boca muda.

E o olhar, dissimulado sob a lua,

Apago a me impedir de que me iluda.

E ele se vai... Sozinho pela rua...

Sem saber que em meu quarto só, desnuda,

Eu me entrego sonhando que sou sua.

Betim - 19 11 2014