Poema sem sentido
A vida é um poema sem sentido.
A gente lê, decora e não dá conta.
Agarra um eufemismo, foge, e encontra
O pé de um verso frívolo e fingido...
Procura acepções, daí desmonta
A metrificação do amor querido.
Copula em adultério com a libido,
Gozando a derradeira rima pronta.
Não há conexão entre os fonemas.
Talvez entre os delírios dos poemas
A vida esboce o breve e mais profundo.
Escrito de um colapso nervoso,
Num mote libertário e rigoroso,
À luz de algum poeta vagabundo.