Ventos.

Venho do vento, levo o contratempo

Purgado em velhos ais e fantasias;

Entrajo mantas rotas pelo tempo

E temperas carregadas de ironias.

Descendo desses ares esculpidos

Nas nuvens desde há muito evaporadas

E levo nas pálpebras diluídos

Os rastros das estrelas desbotadas.

Mantenho dentro mão e presa à asa

Penugem de relíquias e missões,

E ainda busco no céu azul a casa

Onde sonham aninhar os Perdigões...

Venho do vento, soprado por clarim,

A planar entre e sobre flocos de mim.

1o. Sonetos de 18 a 24 Março 2015 (147)

Carlos de Carvalho ^ Pink
Enviado por Carlos de Carvalho ^ Pink em 18/03/2015
Reeditado em 25/03/2015
Código do texto: T5173916
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