Ventos.
Venho do vento, levo o contratempo
Purgado em velhos ais e fantasias;
Entrajo mantas rotas pelo tempo
E temperas carregadas de ironias.
Descendo desses ares esculpidos
Nas nuvens desde há muito evaporadas
E levo nas pálpebras diluídos
Os rastros das estrelas desbotadas.
Mantenho dentro mão e presa à asa
Penugem de relíquias e missões,
E ainda busco no céu azul a casa
Onde sonham aninhar os Perdigões...
Venho do vento, soprado por clarim,
A planar entre e sobre flocos de mim.
1o. Sonetos de 18 a 24 Março 2015 (147)