Madrugada

É madrugada e tudo está silente,
chuvisca fino e frio está lá fora,
e dentro do meu peito tudo chora,
eu sinto nostalgias, simplesmente;
 
senti-me tão sozinha e, de repente,
fiquei tristonha, igual me sinto agora,
a me lembrar do  amor que foi embora,
que mesmo ausente faz-se tão presente.
 
Nos véus da madrugada, escorre a chuva,
que afaga os galhos secos da piúva,
e sorve as finas gotas de cetim.
 
Porque carrego a noite dentro da alma,
saudade que ninguém e nada acalma,
nunca amanhece. E chove dentro em mim.
 
Brasília, 17 de Março de 2015.

Versos alados, pg. 59
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/03/2015
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T5173363
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