VISTA MINEIRA

VISTA MINEIRA

Há alguma verdade na beleza,

Que se contempla d’esse alto mirante.

Galgado enfim, entre ávido e hesitante,

Ao trilhar o sítio e toda redondeza.

Não vim ao belo, sim pela incerteza

D’eu saber-me d’algum solo habitante

E, totalmente só, eu ficar diante

De mim comigo e com minha tristeza.

No entanto, a serrania me rodeia

Dramática, aos confins do Quadrilátero,

À inconfidência d’um rubro equilátero...

E como um mar de morros que se ondeia

Estende-se-me além para o sol poente,

Que nas serras deita ouro, indiferente.

Nova Lima – 01 06 2014