VILANIA

VILANIA

Não me fales de amor! Não me interessa...

O que julgas sentir sequer existe.

Quero-te apenas quanto permitiste,

No ardor que à noite tépida atravessa.

Acontece-me às vezes d’eu ir à pressa

P’ra explodir de alegria um olhar triste.

Não penses, entretanto, que persiste

O instantâneo prazer por vã promessa.

Aliás, tudo o que tinha já te dei

E se não reino sobre ti qual rei

É porque reconheço o vil que sou.

Não me importa se choras após rir,

Muitas nem isso têm a lhes distrair...

Recebe, pois, o pouco que te dou.

                  Betim - 02 09 2014