Chovemos
Abrem-se as comportas e as nuvens cedem,
Milagre de gotas no telhado, sons perfeições.
Chovemos invariavelmente, corpos se bebem,
Exalam pétalas orvalhadas, aquecem corações.
Poças d’água se formam, as rodas navegam.
No para-brisa pingos limpos com constância,
E seus carinhos abrasadores os meus regam,
Bancos lado a lado; a um hálito de distância.
Nossos olhos tem vida ao chacinar a saudade,
Que cada segundo ressuscita e se realimenta,
Almas gritam: quero ficar, o anseio arrebenta.
Na volta o trajeto parece breve, que maldade,
Um turbilhão na mente é tanta coisa, nem sei,
Enquanto você cantarolava uma canção do rei.
Uberlândia MG
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