Chovemos

Abrem-se as comportas e as nuvens cedem,

Milagre de gotas no telhado, sons perfeições.

Chovemos invariavelmente, corpos se bebem,

Exalam pétalas orvalhadas, aquecem corações.

Poças d’água se formam, as rodas navegam.

No para-brisa pingos limpos com constância,

E seus carinhos abrasadores os meus regam,

Bancos lado a lado; a um hálito de distância.

Nossos olhos tem vida ao chacinar a saudade,

Que cada segundo ressuscita e se realimenta,

Almas gritam: quero ficar, o anseio arrebenta.

Na volta o trajeto parece breve, que maldade,

Um turbilhão na mente é tanta coisa, nem sei,

Enquanto você cantarolava uma canção do rei.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 15/03/2015
Código do texto: T5171452
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