EU E O VENTO

Adoro de manhã sentir o vento

A soprar docemente em minha cara,

Como um momento de beleza rara

Que me floresce a alma de contento!

É no vento que ganho um novo alento,

Pois ele a vil tristeza me repara

E a ideia fica mais suave e clara,

Fruto de compreender o pensamento.

Pois os momentos tornam-se incontáveis,

Como uma infinidade de algarismos,

Ou mesmo como os infinitos sismos.

É como se eu e o vento no universo

Fôssemos ternamente inseparáveis,

Em um comum acordo tão diverso.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 14/03/2015
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