EU E O VENTO
Adoro de manhã sentir o vento
A soprar docemente em minha cara,
Como um momento de beleza rara
Que me floresce a alma de contento!
É no vento que ganho um novo alento,
Pois ele a vil tristeza me repara
E a ideia fica mais suave e clara,
Fruto de compreender o pensamento.
Pois os momentos tornam-se incontáveis,
Como uma infinidade de algarismos,
Ou mesmo como os infinitos sismos.
É como se eu e o vento no universo
Fôssemos ternamente inseparáveis,
Em um comum acordo tão diverso.
Ângelo Augusto