Soneto sem nexo.
O texto vai ao tema, bate-lhe à porta,
Pouco lhe importa o que pensa, porém,
Vai de amém, pois está nele a horta,
Quem corta e engole o que advém.
Quem não viu há de ver que conforta
A tensa aorta, que, sem valer um vintém
Diz: Sem o tema a palavra é morta
E não transporta o que cabe num trem.
Vem com lápis, papel e pede ao texto
Que do primeiro ao sexto o aceite
Que ajeite a rima, a métrica e, ao contexto,
Leve um pretexto pra que receba o convite.
Tudo sem assinte e o soneto então saia
E caia na real de que o céu é o limite.
Josérobertodecastropalácio