Soneto sem nexo.

O texto vai ao tema, bate-lhe à porta,

Pouco lhe importa o que pensa, porém,

Vai de amém, pois está nele a horta,

Quem corta e engole o que advém.

Quem não viu há de ver que conforta

A tensa aorta, que, sem valer um vintém

Diz: Sem o tema a palavra é morta

E não transporta o que cabe num trem.

Vem com lápis, papel e pede ao texto

Que do primeiro ao sexto o aceite

Que ajeite a rima, a métrica e, ao contexto,

Leve um pretexto pra que receba o convite.

Tudo sem assinte e o soneto então saia

E caia na real de que o céu é o limite.

Josérobertodecastropalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 13/03/2015
Reeditado em 25/05/2015
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