Inveja

Inveja

(Soneto)

Não sou bonito, nem sequer formoso

Como esse ser simétrico que tens.

Por causa dele, tenho só desdéns,

De ti tudo o que alcanço é nebuloso.

Nem tenho o corpo dele… o dos aléns,

Que há-de ser com certeza milagroso!

Cinzelado com arte de engenhoso,

Destinado à ventura de teus bens.

Mas que pecado o meu, assim pensar!

A sorte de um bom homem invejar,

Porque te abraça, beija, ama e devora.

Não devia sentir tamanho mal!

Mas culpado não sou, por ter igual

Desejo de querer-te a toda a hora.

André Rodrigues 12/3/2015

Dom Poeta
Enviado por Dom Poeta em 12/03/2015
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