Soneto do Vento que Corrói as Ondas do Mar do Tempo
O pensamento do tempo é vetusto
e se emaranha na flor da ampulheta
que trás a areia da luz de um cometa
que cruza o céu rubro do holocausto.
A morte ronda com seu olhar onusto
esfomeada pela alma do planeta
e colhe a vida onde inda é repleta
e a carrega em seu abraço robusto.
O pensamento às vezes moribundo
da prole inerte no cais do submundo
e embarcar em passos n’uma barcaça
p’ra navegar em ondas co’a carcaça
que se desfaz nessa toada do tempo
onde o desgaste é a corrosão do vento.