Soneto de um Vislumbre dos Véus da Vida
O dia renascendo e houve procela
na madrugada, rugir de trovoada;
floriu a estrela tão molhada e bela
enquanto a cantilena era entoada.
Vastidão de sonhos velados pluviais
enquanto a aranha vai tecendo sua teia,
é a seara prosaica dos matagais,
é o deleite esperando fragosa ceia.
O dia renascendo e há outro soneto
que conta sílabas, conta horas nuas
e o caminhante diuturno dessas ruas
carrega histórias, distorce o vento,
carrega os sete véus dos elementos
onde o mistério é a fuga dos tormentos.