Soneto ao Futurismo

Fenômenos físicos fazem faíscas

Rápidos, rápidos, rápidos, mudos...

Fábricas fúlgidas rugem ruídos

Produzem velozes dinâmicos vultos

Sem mérito, em série, constroem produtos

Rápidos, rápidos, rápidos, elétricos...

Raios deslizam no centro dos dutos

Produzem velozes dinâmicos céticos

Máquinas loucas devoram matéria

Vácuos vorazes mecânicos vis

Produzem nas almas a grande cratera

Escoam nos seres os longos cantis

Das massas-excesso, econômica esfera

E escondem a face dos homens febris!