Soneto cair da rosa morta

Morreu e matou por quem não mereceu,

a morte em forma clara de apreensão,

sentidos, rochas cobertas pelo medo,

medo do vento de tornar-se furacão.

Matou, ora pois, não é esplêndido o esplendor?

Viveu, sei bem, não é ilusão deixar se iludir?

Pensar que o outro morrerá por ti

e viver é tão monótono sem ti.

Matou e seguiu um caminho de areias claras

deixando pegadas vermelhas ao abstrato,

mas concreta a dor no coração.

Matou o que sentia por nome de amor

tal qual o cair da rosa morta

sem o beijo do beija-flor.