Barco no cais


Vê, meu barco ainda não partiu, a tua espera,
À espera que de repente venhas, ainda a tempo
De enfunar suas velas com o pressentimento
De que finalmente virás, que não és quimera.

Velhas âncoras que ainda o prendem ao fundo
Neste mar escuro e lodoso onde ora me revolvo,
Dúvida sem saber se parto sem ti ou se resolvo
Me quedar e soçobrar de uma vez neste mundo.

As cordas de estais, como as velas, enroladas,
Deixadas sobre o castelo de popa onde por vezes,
Em tantas vezes nos amamos em noites enluaradas,

Vendo em teus olhos refletido o brilho da lua,
Por entre as lágrimas vertidas nestes reveses,
Quando então sussurravas:- Toma-me, sou tua!!!
LHMignone
Enviado por LHMignone em 11/03/2015
Reeditado em 12/03/2015
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