SANT’ELMO

SANT’ELMO

Os mortos não lamentam; não reclamam.

Os vivos, sim. Estúpidos ou não...

Diante da morte, os homens pouco são

E tão-só permanecem no que amam.

De facto, isto é aquilo que alguns chamam

De esperança e, às vezes, de ilusão.

Mas se a alma caminhar na escuridão

Haverá o sinal que tantos clamam?

Um fogo que não queima arde pelo ar

E quem o vê começa a se alegrar,

Certo que a tempestade logo finda.

Veem a vida tão frágil; tão sagrada,

Que por mantê-la assim, fazem-na errada.

Mas ao perdê-la, enfim, pensam-na linda.

             Betim - 13 08 2014