ROMPANTE
ROMPANTE
Não me disse palavra. Apenas foi...
Mas deixou um silêncio tão imenso,
Quanto o vazio que há-de ter, eu penso,
A expansão do universo como sói.
Antes, urrou que nem bumba-meu-boi
Em terra batida, perdendo o senso!
E, embora vencido, não me convenço
Ao vê-la partir sem sequer um oi.
A despeito de tudo, não lamento
Sua partida em meio ao desalento
D’uma tarde em que tão assoberbada.
Lamentaria, sim, toda uma vida,
De cuja estranha luz, desenxabida,
Tivera-me lugar em hora errada.
Betim – 10 12 2014