Ladrões de Gadiânton

Ladrões de Gadiânton

Jorge Linhaça

Chuva bendita que rega a terra

enche as represas, aumenta os rios.

Mas, vindo o ladrão, a tudo lacera

qual besta-fera causando o estio.

A vil ambição, que aos bons desterra,

-sempre imersa em seus desvarios-

É face oculta por trás dessa guerra

Cruel quimera, num eterno cio.

De Gadiânton, fiéis seguidores,

Combinadores em fosso oculto,

Armam seu circo, lagar de mil dores.

Lá nos imolam em seu torpe culto,

-aos falsos deuses e falsos senhores-

e nos devoram o corpo insepulto.