O Espectro
É meia-noite, o cemitério é frio...
Escura névoa, densamente escura,
Invade espaços, gélida, procura,
Entre sombras o bálsamo sombrio...
Morto o luar, estático, vazio,
A iluminar a antiga sepultura,
Dum ser amargo, amarga criatura,
De aspecto imensurável e bravio...
Deixa ao luar martirizados lírios,
E branca, majestosa, solitária,
Andeja à luz de lívidos martírios...
Passa e segue, sinistra, funerária,
E some, desgraçada, aos quatros círios,
Na escuridão da campa mortuária!
07 de março de 2015.