Minha Lápide

Minha lápide.

Jorge Linhaça

Aqui repousa um tardio vate

cujos, os versos, voaram no vento

qual borboleta que da mão escape,

Qual passarinho buscando alimento.

Pra onde foram seu estro sua arte?

Onde pousaram? Não sei, eu lamento.

Aqui, acolá e além, ou, destarte,

tenham morrido de frio, ao relento.

Mas, se encontraram, n'algúem o abrigo,

que oferece um bom coração

ao hospedeiro, pra sempre bendigo

Pois, os meus versos, tal qual filhos são.

Quem os acolhe e os canta comigo

é um coautor co'a minha emoção.