O POETA QUE FUI...
Odir Milanez
O poeta sucumbe ao não escrito,
ou quando escreve senso impressentido.
Ensimesmado, abafa o próprio grito
e esvazia as vazões de seu sentido.
Melhor seria os ditos não ter dito,
versasse apenas verso não vivido.
Maldita a mão do vate inexpedito
que sonha e ensaia versos para o olvido!
Por que não foi mais ficto ou mais franco?
Por que em versos vagos se perdeu?
Por que não se trancou no primo tranco?
Mas persistiu no verso e mais sofreu.
Ante o lápis sem ponta e um papel branco,
o poeta que fui, enfim, morreu!!!
JPessoa/PB
10.03.2015
oklima
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos de amor...
http://www.oklima.net