PRECIOSIDADES

PRECIOSIDADES

Amanhecem ao sol gotas d’orvalho

Rebrilhando nas taiobas bem por sobre,

Onde a água -- quase sólida! -- algo nobre

Vem acrescentar a folha e galho.

Fôssemos definir esse trabalho,

N’ele não menos que Arte se descobre

Para rivalizar com ouro e cobre,

Tal brilho quando todo afã é falho.

Pois obra só do acaso, da Natura;

Não por mãos, sim pelo olhar criada

Ao vislumbrar que o belo ali figura:

Gema no verde escuro aprisionada,

Fez-se forma translúcida; tão pura

Que qual cristal reluz para e por nada.

Betim – 20 12 2014