NADA PESSOAL!

NADA PESSOAL!

Silva Filho

Quando imponho a meu verso um castigo

Não há nada pessoal, eu vos garanto.

É que ele se meteu em um recanto

Onde pode encontrar-se em perigo!

Vive sempre escondido em um canto

Donde espia o salão por um postigo

Com receio de sofrer algum fustigo

E cair na depressão do desencanto!

Muito jovem... o meu verso é aprendiz!

Perseguindo o que na vida sempre quis

Foi parar numa senzala do Parnaso!

A um passo do salão dos eruditos

Ele anota os mais diversos requisitos

E esconde os rabiscos sob um vaso!