OUTONAL

OUTONAL

Gosto quando o concreto se contrasta

Co'o verde d'ervas úteis ou nem tanto.

Surpreendem-me tão logo me levanto

E sua ânsia de existir ora me basta.

Venta frio e por amplo céu arrasta

Estratos cinza-azuis de canto a canto

Através da manhã que, por encanto,

Uivante faz gemer a hélice gasta.

Meus olhos buscam novas alegrias

Em meio às cores foscas, vãs e frias,

Que junho sempre traz sem mais alarde.

E alcatifam o chão folhas caducas...

Sim, espevito o fogo e ideias malucas,

Para sorrir liberto ‘inda que tarde.

Betim – 14 06 2014