ANSEIOS
Água eu quisera ser, pela alegria
de te dar a beber meu próprio ser;
por tua sede, que eu não mataria,
para molhar teus lábios por prazer.
Vento eu quisera ser, e à noite, iria
adormecida, te surpreender
ressonando em teu leito, e então seria
o ar que precisas pra poder viver!
Fogo eu quisera ser, e em rubras chamas
num delírio de amor, toda abrasar-te,
para ter a certeza de que me amas.
Depois, para possuir-te, de verdade,
terra eu quisera ser! E disputar-te
ciumento, à morte, pela eternidade!
(Tradução / Adptação do Soneto “Anhélos” do poeta espanhol Francisco Rodrigues Marin)