NÃO QUERO CHORO... NEM VELA!
NÃO QUERO CHORO... NEM VELA!
Silva Filho
Não quero choro... tampouco vela
No velório do soneto indigente!
Esse vulto que em vida foi ausente
Nunca teve uma porta e nem janela!
Sempre foi desnutrido... magricela!
Ganhou nome de hipossuficiente
Se curvou ao soneto prepotente
E viveu enclausurado... numa cela!
Já no féretro... homenagens de estilo!
Tanto encômio ao nível de estadista
Bem presentes... lágrimas de crocodilo!
Grande farsa que de longe se avista
Fariseus agarrados ao pupilo
Em perfeita comoção de dramatista!