Fênix
Edir Pina de Barros
Edir Pina de Barros
Eu sou erva daninha renascida
nas gretas do cimento e dos rochedos,
pois ruminei a dor, bebi meus medos,
lambi o próprio sangue da ferida.
Eu me encontrei depois de andar perdida,
e padeci meus íntimos degredos
busquei-me entre meus vultos, arremedos,
(tornei-me pedra que ninguém lapida),
Eu aprendi que a dor não me degrada,
depois de andar tão só, desesperada
um seixo dentre seixos, uma pedra.
Porque sangrei na ponta de uma adaga
tornei-me bem mais forte do que praga,
renasço, indócil, onde o nada medra.
Brasília, 05 de Março de 2015.
Sonetos selecionados, pg. 15
nas gretas do cimento e dos rochedos,
pois ruminei a dor, bebi meus medos,
lambi o próprio sangue da ferida.
Eu me encontrei depois de andar perdida,
e padeci meus íntimos degredos
busquei-me entre meus vultos, arremedos,
(tornei-me pedra que ninguém lapida),
Eu aprendi que a dor não me degrada,
depois de andar tão só, desesperada
um seixo dentre seixos, uma pedra.
Porque sangrei na ponta de uma adaga
tornei-me bem mais forte do que praga,
renasço, indócil, onde o nada medra.
Brasília, 05 de Março de 2015.
Sonetos selecionados, pg. 15