O MALASARTES
O MALASARTES
Era um dos quais se ria e se dizia:
“O mais vil dos vilões d’aquela vila...”.
Tinha as finezas mesmas d’um gorila
Todo p’la contumaz velhacaria.
Tido por bem influente, noite e dia,
Acorrem até sua porta em fila,
N’uma vaga esperança de entreabri-la.
Com súplicas bizarras, todavia...
Caminhava janota pela rua
Certo que a própria máscara cultua,
Vivendo a articular conspirações!
E ria do rir do povo: “Gente à-toa! ”
Afinal, quem julgar sua pessoa
Não fará mais que ter mais ilusões.
Betim - 15 06 2014