O ILHÉU

O ILHÉU

N’aquela ilha era como se somente

Pudesse estar liberto sendo só.

Habitava distante onde tão-só

Houvesse solidão à sua frente.

Era ele um solitário indiferente,

Que olha marés e luas já sem dó

E o trabalho do mar que torna ao pó

Todas as inverdades vãs da gente.

Caminhando sozinho pela praia,

Condiciona o valor da liberdade

Só à mais absoluta soledade.

E segue além, embora a tarde caia:

-- “O mar recebe o sol que devolveu,

Mas tem p’ra si apenas o que é seu...”

                  Betim - 24 08 2014