Petrus

A gente quando nasce é pedra bruta,

Cheio de arestas e deformidades;

De imperfeições e de anormalidades,

Que a vida nos dispõe e nos imputa.

Assim, conforme a sensibilidade,

Da nossa talhadeira na labuta,

Do martelar da nossa eterna luta,

A pedra toma uniformidade.

Não é o nosso corpo e sim a alma;

Que vamos esculpir e desbastar,

Tirando lascas com firmeza e calma...

E assim quando chegar o fim bendito,

A pedra bruta vai se transformar,

No encaixe mais perfeito no infinito.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 04/03/2015
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