Petrus
A gente quando nasce é pedra bruta,
Cheio de arestas e deformidades;
De imperfeições e de anormalidades,
Que a vida nos dispõe e nos imputa.
Assim, conforme a sensibilidade,
Da nossa talhadeira na labuta,
Do martelar da nossa eterna luta,
A pedra toma uniformidade.
Não é o nosso corpo e sim a alma;
Que vamos esculpir e desbastar,
Tirando lascas com firmeza e calma...
E assim quando chegar o fim bendito,
A pedra bruta vai se transformar,
No encaixe mais perfeito no infinito.