Soneto nº 8 - Fracasso
Nem sequer o perdão me pediste
Por sair de modo tão esquivo.
Sem pensar se quem fica resiste
A tal perda sem um lenitivo.
Nesta hora tão negra e triste,
Busquei entre as páginas de um livro
Algum consolo, se tal existe,
Um bálsamo qualquer, um alívio.
Em vão porque a dor não passa
Enquanto a ferida não sarar.
Hei de sorver todo fel da taça,
Pagar o preço que a vida cobra
De quem um dia ao amor se dobra,
Se entrega, e ao se render, fracassa.