O COLOSSO
O COLOSSO
Gigantes, quando caem, causam estrondo;
Um ensurdecedor choque de massas.
Mas quem até então lhe rendeu graças,
Hoje se admira, vãs razões propondo...
Ídolo imenso d’um globo redondo
Onde imperou outr’era, ei-lo aí às traças!
Levaram-lhe memórias, ouros, taças...
Só deixando as relíquias que ora escondo.
Eu, pelo extenso campo, cato os restos
D’aquele que, alteroso, sobranceiro,
Reduziu-se a fragmentos tão modestos.
Não cuido mais de glórias. Verdadeiro
Monumento é a ruína que aqui jaz:
“De volta ao pó, ao sol, descansa em paz. ”
Belo Horizonte – 08 07 2014