NUA PELE

NUA PELE

Admirava-a pensando quão macia

A sua pele exposta quase ao toque...

Pois, por mais errático que a foque,

O olhar não se furta à fantasia.

Ela era toda sorrisos. Parecia

Não se importar que fácil me provoque.

Nem oculta o cabelo, preso em coque,

Um ombro que moreno se exibia...

Eu chegava a sentir em minha boca

O gosto acre de seus pelos eriçados,

Se bem levemente o hálito lhe toca.

Ela, por sua vez, tinha contados

Os centímetros cuja dor evoca

Prazeres prometidos, mas negados.

Betim - 26 08 2014