Cancão da Manhã
Acordar quando a chuva banha a calha
No telheiro dos sonhos sem lembranças
Ouvir o musical das gotas mansas
Embalar a poesia que me entalha
Corredeiras sonoras em festanças
O meu sorriso largo se gargalha
Num frescor felicita-se e agasalha
A canção da manhã com esperanças
O pão aguarda-me ao centro da mesa
O café aromatiza ares e entranhas
Um verso de minhalma freme e reza
E enquanto eu rimo as rimas mais estranhas
Os passarinhos levam a tristeza
Uma chuva desagua-se em façanhas
Gigio Jr (Poemas da Chuva-2015)