INTRÍNSECO
INTRÍNSECO
Ando pensando em tudo o que perdi,
Sem precisar ao certo o que ganhei.
Dentro de mim parece haver um rei
Em cuja triste queda eu consenti.
Portanto, todo o bem que havia aqui
Junto c’o soberano ora exilei
E, sob o império d’uma nova lei,
Qual castelo de cartas me construí.
Dizem que boa história a se contar
Não se sabe como há-de terminar
E leem, ininterrupta, até o fim.
A minha, todavia, de hora undécima
Obro, por pessimismo, só e péssima,
Feita de explorações adentro em mim.
Betim – 21 06 2014