DESINFELIZ

DESINFELIZ

Ao menos eu não tento ser feliz...

Reconheço a miséria d’isso tudo

E, embora grite, pareço mudo

Ou qual falasse a língua d’outro país.

Deixo essas circunstâncias tão servis,

Que tenho apresentado carrancudo,

E aceito que à esperança só me iludo

Enquanto a vida passa ante o nariz.

Não culpo mais ninguém, sequer a mim

Por um tão solitário e triste fim,

A que cheguei com minhas próprias pernas.

Porque sei que já não importa o caminho,

E nem a companhia: ao fim, sozinho,

A ver as lamparinas de tavernas...

Betim - 28 08 2014