INCOMENSURÁVEL

INCOMENSURÁVEL

É sabido que até a última estrela,

Brilhando anônima entre outras bilhões,

Dista certa medida em explosões

Que a expansão do Universo nos revela.

Mas, e ela?... Como ver se os olhos d’ela,

Cuja luz atravessa as imensidões,

Hão-de causar tão-só desilusões

Ou uma esperança maior e mais bela?

Ao contrário de estrelas, não se mede

A verdade d’alguém ou d’algum modo

O brilho d’um olhar ardendo todo.

Porque amar na medida em que é amado

É algo que tão belo se concede

Quanto a luz vista n’um céu estrelado.

Betim - 27 10 2014