SILÊNCIO
Fala, Silêncio, agora que te escuto
Que a solidão funérea me compraz
Que a lua, de minguante no céu jaz
E a noite se recolhe em negro luto
Brota, Silêncio firme e resoluto
Dá-me o teu estro, mostra que és capaz
De ensinar-me canções, hinos de paz
Dar sentido ao meu ser já devoluto
Diz lá, Silêncio aos homens que te habitam
Diz também aos que em ti não acreditam
Aquilo que te ouvi de voz erguida
Que têm, p'ra viver, de acreditar
Que antes de agir precisam meditar
Diz-lhes Silêncio, que és irmão da vida