FULO!

FULO!

Para de reclamar de mim comigo.

Acabou: Não sou mais problema teu!

Se sou mesmo tão ruim, porque sempre eu

Tenho-de te amparar; te dar abrigo?

Quando todos se foram, fui-te amigo.

Mas olha, agora, para quem te acolheu:

Nem metade de quem fora! Pigmeu

E, inopinadamente, em vão perigo...

Toma um gole de tua fúria e dorme.

Sonha com teus sequazes a haver-te a ira

E admira, por fim, meu olhar disforme.

É o máximo que posso, ou a mentira

De dizer que eu, malgrado me conforme,

Fui deixar-te antes que outro mal me fira.

Betim – 05 01 2015