NADA
Eu sou perante a vida, um assassino
Perante as convicções, uma incerteza
Deixei de ter a minha alma presa
Ao majestoso, ao belo e ao divino
Sou as sobras de sonhos de um menino
Um servil seguidor da vil tristeza
Um fugitivo, inútil, sem destreza
Que vagueia sem rumo e sem destino
Sinto que sou alguém que nunca fui
E aquele alguém que fui, eu já não sou
A pessoa que em tempos foi amada
Sou um micróbio, um verme que polui
O tempo e o espaço aonde estou
Eu sou - melhor dizendo - eu não sou nada