Baderna de gotas

Chovia, o vento sacudia o varal, na mão o rodo.

No prendedor o soutien e a calcinha de algodão

E na parede do lado externo dimanava um lodo

Denso céu, gotas bagunçadas se jogam ao chão.

A aragem fria gargalha ao encrespar meus pelos

Os meus pés descalços estão isentos de proteção

Os cachos se desencaixam, umedecidos cabelos.

O relâmpago tenta inutilizar em neon um trovão.

A chuva é efêmera, de tempo em tempo ela vem.

Banha, irriga, encharca o chão, na pétala o brilho.

Escorregadia a rua, o trem não é seguro no trilho.

A garoa, tempestade, chuvisco: é chuva também.

É sem hora marcada, é dia, noite e até no arrebol.

Então: a flor da minha pele é maior que o girassol.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 24/02/2015
Código do texto: T5149093
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