O POETA E O PONTO PRETO
Odir Milanez
Aponta o ponto e, no papel, o apronto
da seleta seqüência de um soneto.
Pintado em papel branco, o pingo preto
espera de um poeta o contraponto.
Papel aposto e posto o preto ponto,
o vate, vacilante no verseto,
procura proclamar, no papeleto,
entre o ponto e o papel, novo confronto.
Ninfas – nereidas, dríadas, napeias,
musas reclusas, mênades e deias,
estros incertos tecem, sem valor.
Faz-lhe falta o dulçor das dulcineias,
de um ponto preto ouvindo as odisseias
e lhes cantando cânticos de amor!
JPessoa/PB
24.02.2015
oklima
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos de amor...