Ausência

Prendo-me em horas ditas ociosas

Encontro-me, em versos presentes

Visível por tuas mãos maravilhosas

Marcado n' alma do poeta ausente

Que ditam as palavras, conjugando

Os verbos em vício, que a vida julga

E chama sem nexo o poeta amando

Como se fosse somente uma fuga

Que coração aos prantos vai rimando

Para colorir vida, que segue remando

Num mar salgado de ondas tão altas

E o sol por detrás das nuvens cinzas

Passa, visualizando águas ranzinzas

E espera pela calmaria, que faz falta.

Meri Viero

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Obrigada, poeta Fernando Cunha Lima, pela linda interação, sinto-me honrada.

ATÉ UM PREGUIÇOSO ASSOVIO

Até quando nos falta a calmaria,

Caso nos veja em meio a procela,

Dubiedade por si só tão bela,

Ao mesmo tempo acalma e agonia.

Revoluções do verso em poesia,

Descobre a tempestade da janela,

Assim o vate pelo vulgo apela,

Trazendo ao verso a sua fantasia.

Um tempo ocioso me persegue,

Enquanto este bom ócio segue,

A querer ocupar o meu vazio.

Para bancar minha ociosidade,

Encontro em cada canto da cidade,

O som dum preguiçoso assovio.

Fernando cunha lima

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