Ausência
Prendo-me em horas ditas ociosas
Encontro-me, em versos presentes
Visível por tuas mãos maravilhosas
Marcado n' alma do poeta ausente
Que ditam as palavras, conjugando
Os verbos em vício, que a vida julga
E chama sem nexo o poeta amando
Como se fosse somente uma fuga
Que coração aos prantos vai rimando
Para colorir vida, que segue remando
Num mar salgado de ondas tão altas
E o sol por detrás das nuvens cinzas
Passa, visualizando águas ranzinzas
E espera pela calmaria, que faz falta.
Meri Viero
--------------------------------------------------
Obrigada, poeta Fernando Cunha Lima, pela linda interação, sinto-me honrada.
ATÉ UM PREGUIÇOSO ASSOVIO
Até quando nos falta a calmaria,
Caso nos veja em meio a procela,
Dubiedade por si só tão bela,
Ao mesmo tempo acalma e agonia.
Revoluções do verso em poesia,
Descobre a tempestade da janela,
Assim o vate pelo vulgo apela,
Trazendo ao verso a sua fantasia.
Um tempo ocioso me persegue,
Enquanto este bom ócio segue,
A querer ocupar o meu vazio.
Para bancar minha ociosidade,
Encontro em cada canto da cidade,
O som dum preguiçoso assovio.
Fernando cunha lima
---------------------------------------------------