Nostalgia
Ela, ao sentir que o tempo findava,
Abraçando-me com força inumana,
Olhou-me com uns olhos de cigana,
E beijou-me de uma maneira brava.
“Maldita seja essa condição humana!”
“Sinto eu que dela sou uma escrava!”
Bradou, enquanto ainda me olhava;
E me beijava da sua maneira insana.
Ah! Tudo que é bom dura muito pouco,
Ou, às vezes, é a verdade, nem dura;
Epifania que me faz quase ficar louco.
E da paixão que em nós era tão pura,
A sua doce voz eu já não mais ouço,
Apenas me lembro sua doce postura.