Soneto nº 7 - A Cura
Meu amor de tão impaciente,
A menor ausência não suporta,
Prende o meu olhar naquela porta
Sempre que de mim estás ausente.
Faz com que me sinta um penitente
Com esta dor cruel que me corta.
De tão grande o peito não comporta,
Vive a queimar-me em fogo ardente.
No entanto, se ao longe escuto,
Tua voz, teus passos na calçada,
Pressinto que a alma deixa o luto:
Todo sofrimento, a dor doída,
Sumiu para sempre esquecida,
Já passou, já curou, não foi nada.